segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

“A questão da ideologia”, 

de Leandro Konder, é relançado pela Expressão Popular

Livro discute os usos históricos do termo ideologia até chegar à atualidade e ganha nova edição

O carioca Leandro Konder escreveu 36 livros, oito deles já publicados pela editora Expressão Popular
O carioca Leandro Konder escreveu 36 livros, oito deles já publicados pela editora Expressão Popular - Reprodução

O livro “A questão da ideologia”, publicado originalmente em 2002 pelo filósofo brasileiro Leandro Konder, ganhou nova edição. Desta vez, pela editora Expressão Popular, com o objetivo de trazer novamente para o centro do debate a relevância do termo, principalmente quando associado ao conceito de ideologia trabalhado por Karl Marx.

Hoje, ideologia é um daqueles termos cujo significado pode variar muito de um dicionário para o outro. Pode ser um conjunto de valores que cada indivíduo usa para orientar e dar sentido a sua presença no mundo – como a ideologia que Cazuza queria para viver –, ou pode ser uma orientação política, como ser de esquerda ou de direita. 

Nos últimos anos, no entanto, o termo tem sido tachado de um viés pejorativo. Está na boca de líderes da extrema direita que qualificam toda a esquerda como ideológica, como se ideologia fosse uma característica intrínseca e exclusiva àqueles que são de esquerda.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, é um exemplo claro disso. No discurso de posse, no dia primeiro de janeiro de 2019, o capitão reformado prometeu libertar o país das "amarras ideológicas" e da “submissão ideológica”, combater a “ideologia de gênero”, além de conduzir uma política econômica livre de “viés ideológico”, relacionando o termo ideologia à condução do país pelos governos de esquerda liderados pelo Partido dos Trabalhadores. 

Novos sentidos

A ideologia é uma forma distorcida de conhecer a realidade, ou seja, que não leva à verdade, mas a uma versão dela. Segundo Cristina Simões Bezerra, professora da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), esse é o sentido dado ao termo pelos alemães Karl Marx e Friedrich Engels, no livro “A Ideologia Alemã”.

“Durante muito tempo esse foi o sentido de ideologia, o sentido extremamente pejorativo no que se referia dizer que a realidade estava sendo conhecida por um caminho equivocado. Uma falsa consciência, uma forma enviesada de conhecer a realidade”, afirma Bezerra.

Somente no fim de sua vida, Marx apresenta um outro sentido para o termo ideologia: um conjunto de ideias que fundamentam uma ação, sabendo que esse escopo nasce da própria realidade. 

“Um conjunto de ideias que nasceu da própria realidade e que volta para a realidade para poder conhecê-la e transformá-la. Mesmo Marx e Engels já têm um sentido positivo de ideologia no final da sua produção”, mas que será desenvolvido por outros autores, como o filósofo italiano Antonio Gramsci e Vladimir Lênin.

Divisor de águas

Segundo Bezerra, Gramsci foi um divisor de águas para o termo ganhar de vez um sentido positivo, de que existe uma batalha de ideias a ser feita, que faz parte do processo de manutenção ou transformação da sociedade.

 

Existe uma batalha de ideologias na sociedade, todas na busca de conquistar a hegemonia

 

“Ganhar as consciências, construir um conjunto coerente de ideias que permitam se organizar. Aí se ganhou um sentido positivo de ideologia dentro da cultura marxista, dentro da perspectiva marxista”, explica Bezerra. Não há, no entanto, uma distinção entre esquerda e direita. Novamente, ideologia é tida aqui como um conjunto coerente de ideias fundamentam a ação de qualquer grupo, não importa a posição política. 

Desde a ascensão do nazifascismo na Europa, na primeira metade do século 20, passou-se a entender ideologia como única e exclusivamente de esquerda.  “Mas os marxistas nunca tinham dito isso. Eles tinham dito que ideologia é um conjunto de ideias que fundamentam uma prática, mas também existe uma ideologia conservadora, também existe uma ideologia nazista", elucida.

"Ou seja, existe uma batalha de ideologias na sociedade, todas na busca de conquistar a hegemonia das lutas sociais que se dão nessa sociedade.”

Atualidade

Para Bezerra, esses são caminhos do termo ideologia que demonstram sua importância e a do livro de Leandro Konder na atualidade, uma vez que a ideologia está fundamentando determinadas práticas, quaisquer que sejam. Por essa perspectiva, ideologia tem a ver com a busca pela verdade, algo que existe desde os gregos: O que é a verdade? Onde a gente encontra a verdade? Como a verdade se materializa? São com essas e outras perguntas quem descem à mente de quem acaba de ler a obra de Konder.

“A gente termina esse e outros livros do Leandro com essa sensação de que ele nos provocou, por isso eu destaco sempre o termo “questão”, a pensar a nossa realidade. O leitor sai com mais perguntas do que respostas, porque o leitor sai questionando a própria realidade, problematizando a própria realidade”, conclui Bezerra.

Edição: Rodrigo Chagas

https://www.brasildefato.com.br/2020/10/26/a-questao-da-ideologia-de-leandro-konder-e-relancado-pela-expressao-popular, 

sábado, 24 de outubro de 2020

 

  ORAÇÃO DO MILITANTE

Revolucionário Marxista-Cristão

 

Senhor Deus de todas as raças, credos e lutas.

Poderoso, Misericordioso, Onipotente e Onipresente

Senhor que estais no Céu, mas vê a fome e miséria na Terra,

abraçai nossa causa;

 Não nos deixeis, a nós militantes e revolucionários faltar coragem para lutar, 

nem perder nossa capacidade de sonhar.

Não deixeis que nossos sonhos virem pesadelos, e acordai o povo para lutar.

Dai-nos o poder de ressurgir das cinzas, quando os contrarrevolucionários,

inimigos do povo de Deus, pensarem que nos destruíram.

 Senhor Deus, que enviaste a nós para comandar a Revolução,

o maior de todos os revolucionários em ação

e melhor de todos os guerrilheiros em compaixão;

JESUS – O Combatente Senhor da Paz e da Libertação, que nos ensinou que:

a palavra Comunhão significa viver em comunidade e dividir o pão;

 Assim não permitas que a vaidade nos ameace ou o medo nos domine;

Tirando-nos Senhor, toda a ambição material e toda a vaidade pessoal.

E se tudo o inimigo nos tirar e até o medo nos levar, melhor; nada mais teremos a perder

e daí a luta renascerá e sob essas cinzas um novo mundo a humanidade construirá;

 Faz-nos Senhor, a mim e aos que nos seguem,

rumo à Revolução a luta para a Justiça em construção; 

Torna-nos Senhor, homens úteis, e não pessoas importantes.

Ajuda-nos a derrotar os que têm interesses, e protegei os que têm fé e lutam por uma causa.

 E quando triunfar a Revolução, Oh, Senhor meu Deus,

Pai do Divino Revolucionário, abençoai nossa vitória,

não nos permitindo desejar a morte do pecador, mas a destruição do pecado.

Tornando-nos Senhor, implacáveis na luta, porem misericordiosos na vitória;

Pois não desejamos a morte dos pecadores, os capitalistas e torturadores,

mas a destruição do pecado, o capitalismo e a tortura;

 E a Vós, Senhor Jesus, Divino Revolucionário, Abençoado Guerrilheiro da Paz,

Comandante Supremo do Exército Guerrilheiro do Povo de Deus, 

agradeço-te por ter me tornado um Revolucionário, acreditar no Partido, ter fé na Revolução,

e ter-me dado forças para lutar pelo Socialismo,  a Justiça, a Liberdade e a Democracia;

 Oh Senhor Meu Deus; quando triunfar a Revolução, fazei do Sermão da Montanha nosso Programa de Ação,

“dando de comer a quem tem fome, e água a quem tem sede”;

 Dos Dez Mandamentos, nosso Código de Conduta; sabendo que dissertes:

“Não matarás” porque “com quem o ferro fere com o ferro será ferido” ,

E assim Senhor, ninguém roubar ou matar, mentir nem trair;

Pois na luta pela Revolução não pode haver ingratidão nem traição;

Assim, fazei de vossos ensinamentos nossas leis morais;

 E assim Senhor, fazei-nos não termos preço, mas termos valor;

Orienta-nos Senhor no caminho da humildade e da solidariedade;

Fazendo-nos Senhor... Não sermos importante. Mas sermos úteis;

Não sermos arrogantes. Mas sermos humildes;

Não sermos conservadores. Mas sermos progressistas.

Não defendermos nem termos privilégios, mas lutarmos por direitos.

Não fazer a guerra. Mas lutar pela paz;

Não destruir o ecossistema, mas proteger o meio ambiente.

Não aceitar suborno, mas combater a corrupção.

Não ser militarista, e sim um pacifista.

Não buscar a vingança, e sim a Justiça.

Não nos servir do povo, mas servir a ele.

 Combater o individualismo. E lutar sempre com companheirismo.  

Combater a burocracia. E ser sempre um ativista. 

Nunca buscar se beneficiar. Estar sempre disposto a se sacrificar.

Nunca me deixar levar pelo ódio. Está sempre movido pelo amor.

Evitar construir muros. Lutar sempre para levantar pontes.

Nunca me servir dos homens. Mas servir sempre a humanidade.

 Por Deus e pela Revolução.

Pelo Socialismo, a Liberdade e a Democracia;

Viva o Poder Popular.

Em Teu Nome Pai, o Povo Vencerá. 


 ACILINO RIBEIRO \ Comandante Mercúrio 

 Trípoli - Argel - Roma – 1984




 

Não violência ativa