terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Oposição a Bolsonaro começa a se formar como Movimento de Resistência Nacional e a se fortalecer no país com amplo apoio popular

AGNOT – MSF – DF\SP\RJ\ 30.11.18 - Diversos grupos políticos de oposição partidária como também de movimentos sociais no país, devido as medidas previamente anunciadas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro que retira direitos dos trabalhadores e outras que ferem a segurança nacional, como temas os quais o candidato mentiu ao povo durante a campanha, estão sendo motivo para unir diversos grupos de oposição contra o novo governo, incluindo ainda pessoas já dissidentes e que votaram no candidato do PSL e se consideram traídas. O assunto foi tema de uma reunião realizada simultaneamente em cinco capital do país, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belém e Brasília neste final de semana passada, dias 24 e 25, com diversos militantes de partidos políticos, movimentos sociais e pastorais da igreja. Mas somente agora divulgado.


A média de participante por estado foi de dez a quinze militantes dos vinte e sete estados brasileiros, no entanto os estados sede onde aconteceram as reuniões teve uma participação maior de pessoas. Em sua maioria eram militantes de diversos partidos políticos de esquerda, de movimentos sociais e de pastorais, mas que não admitiram ser representantes dos mesmos para não comprometer a construção da Resistência e caracteriza-las como uma organização pela base e ao mesmo tempo suprapartidária.
Na reunião foram debatidos diversos pontos a começar pela avaliação das eleições de outubro e suas consequências com a eleição de Jair Bolsonaro e suas ligações com a extrema-direita internacional e organizações como a Ku Klux Klan e os partidos nazistas e de direta no mundo, além do envolvimento dele com o MOSSAD e da CIA.

Três outros temas foram discutidos antes do planejamento estratégico: a constituição de um Comando Nacional de Resistência, constituído pelos partidos, movimentos, quadros políticos e lideranças de massa, dentre outras pessoas como jornalistas, advogados e militares dissidentes que possam contribuir na luta.


O grupo não quer uma única pessoa no comando da luta, mas designará em rodizio porta-vozes para cada ação a ser desenvolvida nos estados e a nível nacional nas questões temáticas e nas grandes manifestações que já estão sendo articuladas.

Para cada reunião nas capitais, onde se realizaram os encontros, que aconteceram de forma aberta, sem vetos a participação de ninguém, mas com toda segurança para não haver provocadores, foram convidados um jornalista e um observador internacional, para caso houvesse algum problema denunciar imediatamente ações truculentas de grupos paramilitares que apoiam o presidente eleito Jair Bolsonaro, que diz não ter o controle sobre os mesmos, mas nunca recriminou suas ações.

A principal deliberação dos cinco encontros regionais foi a realização de um Encontro Nacional que se realizará em breve em Brasília ou São Paulo e a estratégia de ação a ser desenvolvida, que inova sob todos os aspectos qualquer luta até agora desenvolvida, uma vez que os mesmos optaram por priorizar a luta de massa paralelo a luta institucional que segundo um dos coordenadores, “esta, a luta institucional, não nos levará a lugar algum, ou melhor, nem haverá oposição institucional senão houver oposição popular. Portanto precisamos ir às ruas para forçar o Congresso a agir”. Disse.

Os organizadores das respectivas reuniões distribuíram diversos títulos de livros e apostilas sobre estratégia e táticas de luta aos participantes, que levaram milhares de exemplares aos seus estados. Alguns já conhecidos como os escritos de Maquiavel, Clauswitz e Che Guevara. Porém o que chamou a atenção foram os textos sobre marxismo e cristianismo e a Teologia da Libertação, em especial escritos de intelectuais e líderes formadores de opinião como os textos de João Pedro Stédile (MST); de Guilherme Boullos (MTST); Acilino Ribeiro (UNIPOP); e Frei Beto. Todos de cunho ideológico e de caráter estratégico.

Nas respectivas reuniões, especialmente em Brasília e São Paulo observou-se a uma certa preocupação e um verdadeiro temor com a implantação de um regime de exceção, como foi a ditadura militar. Jornalistas presentes e que participaram mais como observadores e cidadãos preocupados com o país defenderam uma campanha em defesa da liberdade de expressão e da imprensa livre. Enquanto advogados se dispuseram a reforçar as comissões de Direitos Humanos das OABs nos estados, prevendo sérios confrontos pela frente.

Duas manifestações já estão sendo articuladas nacionalmente, e terão apoio tanto através das redes sociais como de forma pessoal entre os militantes, e contam com o apoio dos mais diversos setores sociais e entidades sindicais do país. Uma manifestação onde os membros da Resistencia acreditam mobilizar mais de um milhão de pessoas prejudicadas com o fim do Mais Médico e que deixarão de serem atendidas no país. Outr que levará uma campanha contra o aumento salarial dos juízes, promotores e membros do Poder Judiciário, caracterizado como uma falta de vergonha dos magistrados brasileiros.

Consideradas as duas mais poderosas entidades políticas sociais do Brasil, a CNBB e a CONTAG serão procuradas e pedido o respectivo apoio devido seu poder de mobilização, conhecido pela abrangência territorial das mesmas, enquanto que a RENIC – Rede Nacional de Inteligência Cidadã – uma espécie de Serviço de Inteligência dos Movimentos Sociais se encarregará do plano estratégico de ação para as ações da Resistência contra o governo Bolsonaro.

A próxima reunião nacional acontecerá somente no final de março após as reuniões da Resistencia nos mais de cinco mil municípios brasileiros em janeiro, que elegerão delegados ao encontro estadual que acontecerão em fevereiro e prepararão a Conferencia Nacional em março próximo.
O Comando Nacional de Resistência é articulado de forma coletiva, não tem um único coordenador e seus porta-vozes seguirão a articulação de forma participativa e democrática para ampliar cada vez mais as bases de apoio a luta e pela unidade de ação do movimento.

Ninguém quis dá entrevista individualmente, mas observou-se que há uma preocupação inclusive com a segurança pessoal de alguns membros que são quadros políticos nacionais e de grande capacidade de articulação política, enquanto outros coordenam a mobilização popular e estarão nas ruas no comando das ações. Tudo isso porem a ser encaminhado em março vindouro na realização da Conferencia Nacional de Resistencia.

*Por Katharina Garcia e Giselle Bell - AGNOT – MSF – DF\SP\RJ\ 30.11.18*




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